domingo

O COPO VERDE


Recebo a visita da ultima pessoa que eu poderia imaginar que um dia iria voltar a me procurar, um mais cabeça dura que o outro, a previsão: era inviável mesmo.
Odeio aquele olhar que ele faz como se tudo fosse familiar, e que um dia foi, reconhecendo que tudo está no lugar como antes.
Por educação pergunto se ele quer beber algo. Agua, só agua, diz ele. Mas no copo verde, tá?
Ele bebe a agua, diz ao que veio, tenta se acomodar mais do que deve.
A presença dele estranhamente me incomoda, me faço de forte, frio e naturalmente tento absorver a presença dele. Sem resquícios da intimidade que um dia trocamos.
Levo até a porta.
Ele vai.
O copo verde fica.
A sensação estranha vai.
Algo estranho fica